Pular para o conteúdo principal

Mais do Reino. Menos impérios.

“Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar... falando do que respeita ao Reino de Deus” (At 1.1,3)

Possivelmente uma das grandes decepções do povo judeu quanto a vinda de Jesus como o Cristo, o Messias, foi o fato dele não estabelecer um reino terreno que confrontasse o império romano e consequentemente libertasse Israel do jugo de César. A profecia era clara: o Messias herdaria “o trono de Davi, seu pai” (Lc 1.32). E a ideia que estava na moda a respeito de um Messias era de um libertador político, um revolucionário social. O povo esperava um Messias que tomasse a profecia de Salmos 2.8 e colocasse como slogan em seu estandarte: “Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão”. (E, diga-se de passagem, profecia esta estritamente relacionada ao Messias, e não aos seus seguidores como vemos em alguns movimentos ditos proféticos). E este conceito transcendia o âmbito geográfico e religioso de Israel, adentrando nos palácios e perturbando reis como Herodes ao saber que magos vieram do Oriente em busca do recém-nascido rei dos judeus (Mt 2.2). E mesmo passado 33 anos ainda incomodava aos imperialistas, ao ponto de Cristo ser interrogado pessoalmente pelo governador Pôncio Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?” (Jo 18.33). E como alguém convicto de possuir algo superior respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo” (João 18:36a).

Numa das tentações de Jesus, o diabo investiu astutamente para ver até que ponto Cristo resistiria “possuir os reinos do mundo e a glória deles” (Mt 4.8-10). Isso seria um excelente capital inicial para qualquer um iniciar de seu próprio negócio. Alguns “cristãos” possivelmente não negariam a proposta, uma vez que tudo isso poderia ser “consagrado a Deus”. Porém, Cristo triunfa sobre a tentação demonstrando sua total despretensão em estabelecer um império corruptível. No decorrer de seu ministério, as multidões tentaram aclamá-lo rei (Jo 6.12), celebraram sua entrada triunfal em Jerusalém (Mt 21.8-11), no entanto, o Messias está determinado a cumprir sua missão e voltar para o verdadeiro Reino (Jo 17.5,16). E para ninguém acusá-lo de um falso moralismo que renegasse apenas o poder secular, nem mesmo posições “eclesiásticas”, como ser membro do Sinédrio, por exemplo, interessava a Cristo. E ele jamais ordenou aos seus discípulos a criação de impérios religiosos. Seu compromisso era com o Reino. Ele não só fez, como também ensinou, falando do que respeita ao Reino de Deus” (At 1.1,3).

E agora, mesmo após três anos de intenso convívio com o Mestre, mais 40 dias de pós-ressurreição, vemos os discípulos olhando o Rei ascendendo aos céus, porém, ainda idealizando um império palpável, terreno, passageiro, quando perguntam: "Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?" (Atos 1:6). E eu me pergunto qual parte da mensagem de Jesus eles não compreenderam? O Reino de Deus não é utopia, é real. Porém, não é terreno, é celestial. Não tem sede, nem filiais, nem cor, classe ou gênero. “O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.” (Lucas 17:20-21).

Impérios visam números estatísticos. O Reino visa a salvação de almas; Impérios produzem membros. O Reino gera filhos de Deus; Impérios propagam apenas sua imagem institucional. O Reino propaga o céu; Impérios exaltam seus líderes. O Reino exalta a Cristo. Impérios buscam seu aumento patrimonial. O Reino o crescimento espiritual; Impérios investem em estruturas que aprisionam as pessoas a um sistema. O Reino investe nas pessoas visando seu desenvolvimento e tornando-as livres; Impérios estabelecem a concorrência. O Reino promove a cooperação; Impérios são apenas para um grupo. O Reino é para todo o crê; Impérios facilmente se corrompem tornando-se negócios dos mais achegados. O Reino tem lugar de honra para todos os servos; Impérios têm súditos. O Reino têm irmãos; Impérios têm data de fundação. O Reino é eterno; Impérios estabelecem uma diretoria. O Reino tem apenas um cabeça, um Rei, Jesus.


Em Cristo,
Ronaldo de Lucena Siqueira.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Hipocrisia babilônica

Eis uma "utilidade" da novela global Babilônia (2015): revelar hipócrisia, desinformacao e alienação evangélica. 1) Como somos  HIPÓCRITAS , pois, uma ruma de "crente" (que normalmente assistem todas a novelas), agora estão "revoltados" com uma cujo o título é BABILÔNIA. Como se todas as outras novelas não induzisse aos telespectadores aos mais baixos padrões de moralidade e ideologias anticristãs; Vamos nos revoltar com o mesmo ímpeto contra a fornicação, adultério, fofoca, glutonaria, dissenções, heresias, etc? ("Amém ou não amém, igreja?"). Enquanto muitos estão perdendo o tempo focados numa novela, há uma verdadeira babilônia dominando mentes e corações que acreditam estar indo para mais perto de Deus, porém, estão apenas subindo as escadas da Torre de Babel. 2) Como somos  DESINFORMADOS , pois, a NATURA foi demonizada por ser patrocinadora oficial do diabo. Puro sensacionalismo do deputado Marco Feliciano, que está de chamego com a Jequi...

HINO "HUMILHADO, VENHO ADORAR-TE"

HUMILHADO, VENHO ADORAR-TE. Humilhado, venho adorar-te e dizer-te: Santo És. Humilhado, venho adorar-te e dizer-te: Santo És. Venho sentir a alegria de ter como meu guia o Espírito de Deus. Volto até mesmo a ser criança quando penso na esperança de no Céu te adorar. Compositor: Jessé Maurício

CRISTO: A Única Cura e esperança de tempos de refrigério.

A nossa geração quer CURA, tempos de RESTAURAÇÃO e REFRIGÉRIO, mas NEGAM a JESUS COMO ÚNICO E SUFICIENTE SALVADOR quando tiram seus olhos e coração do ÚNICO REDENTOR e MEDIADOR entre nós e DEUS. "Porque HÁ UM SÓ DEUS e UM SÓ MEDIADOR entre Deus e a humanidade, CRISTO JESUS, homem, que deu a si mesmo em resgate por todos, testemunho que se deve dar em tempos oportunos." (1Timóteo 2:5‭-‬6 NAA) Quando PEDRO E JOÃO foram usados por Deus na cura de um paralítico, o POVO quiz idolatrá-los com devoções e honras indevidas a qualquer homem, por mais santo que este seja, caridoso ou devoto a Deus. O ÚNICO DIGNO DE HONRA, GLORIA E MAJESTADE É O SENHOR JESUS CRISTO. "...saibam os senhores todos e todo o povo de Israel que, EM NOME DE JESUS CRISTO, O NAZARENO, a quem vocês crucificaram e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado na presença de vocês. ESTE JESUS É A PEDRA que vocês, os construtores, rejeitaram, mas ele veio a ser a p...