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Quando o fim da alegria é tristeza.

Um flagrante noticiado nesta semana que antecede o carnaval de 2020, sobre um líder comunitário comercializando ilegalmente credenciais a vendedores ambulantes interessados em explorar o comércio numa das ruas mais tradicionais do carnaval carioca, com o agravante de utilizar a sede regional da prefeitura do Rio de Janeiro na Tijuca para a prática deste ilícito, apenas expõe mais uma dentre tantas mazelas sociais envolvendo a festa pagã. As demais, a mídia e a experiência nos mostram ano após ano, como segue: o expressivo aumento nos índices de acidentes de trânsito (principalmente devido à perigosa mistura entre álcool e direção); a improdutividade acadêmica de praticamente uma semana a menos no calendário educacional; um ambiente propício à proliferação das DST’s (estimulado não pela prevenção, mas pela simples distribuição em massa de preservativos e outros métodos contraceptivos); a exploração explícita da sensualidade, e porque não dizer na pornografia disfarçada de expressão cultural, da “arte do nu”, que é o carro chefe desse produto enlatado da Europa no século XVI, e que, inclusive, é a culpada pela imagem mais vendida do Brasil no exterior para os gringos em busca de prazer sexual; e a falácia do estímulo à economia local, da geração de empregos, da promoção turística, etc, onde vemos que é desproporcional à magnitude de investimento, infraestrutura e todo o empenho público em favor desta época. Apesar das agremiações de samba apresentarem seus relatórios de responsabilidade social, o Rio de Janeiro, por exemplo, sendo uma das capitais mundial do carnaval, é uma amostra de como é imperceptível qualquer argumento que queira justificar algum benefício relevante ao desenvolvimento local. Quanto aos investimentos privados é óbvio que há lucrativo retorno. A indústria de bebidas alcoólicas, o setor hoteleiro e a TV detentora dos direitos de imagem, agradecem. Porém, ao longo da história, os altos investimentos públicos no negócio das escolas de samba nunca retornaram positiva e significativamente à sociedade brasileira. Veja os números deste ano de 2020: Em todo o Estado da Bahia, o carnaval receberá o total de R$ 73 milhões; a Prefeitura de Porto Alegre-RS investe R$ 982 mil, cerca de R$ 75 mil para cada agremiação; Recife-PE, R$ 18 milhões de dinheiro público; Rio de Janeiro, 8,1 milhões de reais, gastos pela prefeitura na reforma do sambódromo, e mais R$ 9,2 milhões repassados pelo governo do Estado; São Paulo-SP, R$ 14,7 milhões do cofre público municipal; e a prefeitura de Manaus-AM repassou cerca R$ 1,7 milhões divididos entre 25 agremiações carnavalescas. Lembrando que em 2019, o Governo do Amazonas patrocinou quase 1,5 milhões em cotas de patrocínios para uma única rede de televisão e rádio (do mesmo grupo) para transmissão do Carnaval 2019 de Manaus, via AmazonasTur. Além de outros gastos com a mesma finalidade, apoiar o "evento cultural mais popular do Brasil". Será que uma nação com péssimos níveis de investimentos na Educação, Saúde e Segurança deveria jogar tanto dinheiro pelo ralo em 5 dias de folia? Ah, mas tudo isso se justifica por ser uma apoteose cultural e um momento de descontração para o sofrido povo brasileiro, certo? Não! Nem toda cultura tem que ser engolida goela abaixo! E nem tudo que é lícito, convém nem edifica. Precisamos e devemos ter um olhar crítico e a capacidade de mudar a rota de um barco que está indo ao encontro de um perigo iminente que possa afundá-lo.
Por fim, além desta reflexão sociológica dos malefícios da folia carnavalesca, que já nos convenceria, porém, não menos importante para nós, cristãos, é a total incompatibilidade entre uma festa de origem pagã e o modus vivendi do cristão. Enquanto o catolicismo determinava a quaresma durante os 40 dias antes do Domingo de Ramos, a terça-feira de carnaval surgia como uma “permissão” à não penitência. Assim, sendo o carnaval comemorado 47 dias antes da Páscoa, é uma antítese à Festa judaica do Pentecostes (50 dias após a Páscoa), uma afrontosa manifestação cultural do louvor à Carne (considerando o paradoxo morfológico do “retirar a carne” do termo latim “carnis levale”) em oposição ao chamamento bíblico a uma consagração pessoal, uma espiritualidade saudável, à busca do Reino de Deus, a sermos cheios do Espírito Santo. Por isso o apóstolo Paulo no alerta “...que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão existe entre a luz e as trevas? Que harmonia pode haver entre Cristo e o Maligno? Ou que união existe entre o crente e o descrente? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?...” (II Coríntios 6.14-16).
Portanto, não há o que se falar em “redenção desta cultura da carne”, como alguns tem proposto. Nossa missão é resgatar as vidas que estão indo para este matadouro disfarçado de folia. “Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar” (Provérbios 24.11). Lamentavelmente, a próxima quarta-feira de cinzas reserva os resíduos de uma cultura que ignora o fato de que “há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. Até no riso terá dor o coração, e o fim da alegria é tristeza.” (Provérbios de Salomão 14:12,13).
Ronaldo Lucena, casado, ministro do Evangelho, bacharel em teologia, blogger (www.ronaldolucena.blogspot.com) e proprietário da loja virtual Arca da Fé (www.arcadafe.com.br). Contato: ronaldolucena@hotmail.com.

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